da frança com esperança (segunda edição
CAPÍTULOS ANTERIORES
Este romance narrará a história de um Don Juan francês, Arthur Bescherelle, um verdadeiro alpinista social, que viveu uma vida desregrada, não tendo escrúpulos para atingir aos seus objetivos materialistas: Enganou mulheres visando seus ricos dotes, envolveu-se em aventuras amorosas, enfrentou adversários em duelos, foi para a Segunda Guerra transferindo-se para a Itália e depois fugiu para o Brasil.
Apesar de escapar ileso das leis humanas, Arthur não escapou das leis divinas, passou por estágio regenerador no plano extrafísico e reencarnou como o trabalhador espírita Ricardo Felício que sentiu na pele os efeitos de seu passado delituoso para então aprender que somente pelo exercício do perdão e trabalho voluntário encontrará um novo sentido existencial.
Apesar de escapar ileso das leis humanas, Arthur não escapou das leis divinas, passou por estágio regenerador no plano extrafísico e reencarnou como o trabalhador espírita Ricardo Felício que sentiu na pele os efeitos de seu passado delituoso para então aprender que somente pelo exercício do perdão e trabalho voluntário encontrará um novo sentido existencial.
Prefácio da 2.ª edição
Depois de dois anos da publicação da primeira edição desta obra, após receber várias sugestões, inclusive de nosso amigo César Hanzi da Colônia Recanto dos Irmãos, decidi fazer uma revisão sobre o texto a fim de melhorar sua leitura para facilitar a compreensão do leitor.
Fazer revisões, refletir, mudar atitudes e reencarnar se constituem de ações que fazem parte de nosso aprimoramento em nossa senda evolutiva.
Que as bênçãos de nosso Mestre Jesus estejam conosco agora e sempre.
Rodrigo Felix da Cruz
Depois de dois anos da publicação da primeira edição desta obra, após receber várias sugestões, inclusive de nosso amigo César Hanzi da Colônia Recanto dos Irmãos, decidi fazer uma revisão sobre o texto a fim de melhorar sua leitura para facilitar a compreensão do leitor.
Fazer revisões, refletir, mudar atitudes e reencarnar se constituem de ações que fazem parte de nosso aprimoramento em nossa senda evolutiva.
Que as bênçãos de nosso Mestre Jesus estejam conosco agora e sempre.
Rodrigo Felix da Cruz
Quinta Parte
O Presente
01
O Despertar para a realidade.
Era o mês de abril de 2012.
A Páscoa tem o significado de renovação, renascimento ou libertação da escravidão. Foi isso o que aconteceu com Ricardo Felício durante a páscoa.
Os encontros mediúnicos com César Hanzi, o porta-voz da Colônia Recanto de Irmãos, fizeram uma verdadeira terapia de regressão às vidas passadas com Ricardo Felício que passou a entender tudo o que acontecia em sua vida.
Ricardo Felício compreendeu que uma nova etapa em sua vida começava e seria uma etapa de renovação íntima e trabalho edificante na Seara do Mestre. Ele finalmente se conformou com o fim de seu casamento com Luana que na verdade nunca o amou de verdade, tampouco o respeitou.
Felício descobriu finalmente que Luana prosseguia com suas relações promíscuas, descobriu também que a separação do casal era um ato premeditado por Luana que queria apenas vantagens materiais. Ricardo compreendeu que a sua ex-mulher preferiu o caminho da vingança ao invés do caminho do perdão e reparação.
Finalmente, Ricardo deixou de se considerar como vitima e passou a se ver como responsável por tudo o que ocorreu em sua vida.
Com relação à Luana sua missão seria dali por diante a de perdoá-la e vê-la como uma irmã perante Deus. Então, Felício ingressou com o pedido de divórcio e decidiu voltar a estudar optando pelo curso de Direito, como forma que evolução pessoal.
Depois de sua separação com Luana, Ricardo começou a compartilhar mais tempo com suas filhas Elisabeth e Helena aos finais de semana. Pai e filhas finalmente começaram uma nova relação, uma relação de amizade e carinho. Embora ficassem pouco tempo juntos, melhoraram a qualidade desse tempo em passeios a parques, exposições de arte, teatros, shoppings, casas de parentes, etc.
Elisabeth ao invés de ocupar um papel de filha, passou a ocupar papel de amiga de seu pai ajudando-lhe em sua nova etapa com conselhos. Além disso, passou a ajudar seu pai no trato com a pequena Helena dialogando com a irmãzinha para que aceitasse a separação de seus pais.
Seguindo boas intuições de seus amigos espirituais Ricardo voltou a freqüentar novamente o Centro Espírita Caminho da Luz, onde se reencontrou com Cibele Pereira que passou inicialmente ser uma amiga e conselheira.
Durante o feriado de Páscoa começaram a namorar, fato que fez Ricardo Felício um homem mais forte para prosseguir sua caminhada. Ricardo e Cibele passaram a trabalhar juntos nos trabalhos voluntários da casa espírita, a saber, na Casa Amiga.
Cibele Pereira por sua vez, era uma mulher mais experiente na vida, pois experimentara o divórcio três anos atrás. Ela foi casada com Pedro que na existência anterior fora Pietro D’Arezzo. Eles viveram 17 anos juntos com a missão de resgatar a difícil convivência que tiveram em Verona. Antony D’Arezzo que na época foi o irmão de Pietro nasceu da união do casal como oportunidade para transformar em amor os ciúmes que sentia pelo casal Pietro e Cibele. Como a providencia divina não apenas cobra os débitos do passado, mas também fornece os meios para tal, permitiu que Giuglia D’Arezzo renascesse novamente como filha do casal, sendo batizada como Daniela Pereira que veio ao mundo para dar apoio à sua família.
Com conhecimento de causa, Cibele Pereira ensinava a Ricardo:
__ Pare de se lamentar pelo passado. Você tem que aprender a ser amar e se valorizar mais. Aprenda que não podemos mudar as pessoas, pois nunca conseguiremos, na verdade nós que precisamos nos mudar para melhor. Não seja leviano com os corações dos outros e nem permita que os outros sejam levianos com seu coração. Você é uma pessoa maravilhosa que não merece ficar assim deprimido. Tudo na vida é oportunidade de aprendizado. Você não é um derrotado, mas sim um vencedor, pois aprendeu muito com tudo o que aconteceu na vida.
Ricardo respondia:
__ Sim meu amor, você está coberta de razão. Deus é tão bom que me deu a oportunidade de resgatar meus erros do passado sentindo na pele o que eu fiz os outros passarem. Agora que amadureci eu não preciso aprender pela dor. Posso aprender por meio do trabalho voluntário em prol do próximo no centro espírita. Para começar, publicarei meu livro-regressão que servirá para ajudar a muitas pessoas que não precisarão cometer os mesmo erros que eu cometi. Elas poderão aprender com meus erros e acertos.
__ Então, viva nosso amor! Concluía o casal.
02
Reuniões esclarecedoras.
Ricardo se tornara um novo homem.
O trabalho de redação de seu livro regressão serviu para que renovasse sua esperança tornando-se mais otimista com o porvir.
Depois de muita reflexão sobre suas experiências sob a roupagem de Arthur Bescherelle, sua passagem pela Colônia Recanto de Irmãos e suas consequências sobre esta vida presente, Ricardo tomou novas resoluções em sua vida.
Ricardo aprendeu que para conseguir novos resultados seria necessário assumir novas atitudes perante a vida. Decidiu deixar de se comportar como vítima ou como culpado pelo passado. Decidiu tomar uma postura mais proativa diante sua vida, passando a ser o senhor de seu destino seguindo a seguinte receita: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O trabalho voluntário no centro espírita, bem como a boa convivência com as pessoas que estavam em sua vida seria o início dessa nova etapa em sua vida.
Quinzenalmente Ricardo Felício convidava o médium Miguel, bem como amigos do centro espírita como Wilson, Cibele, Jorge, Rogério e Glauber para reuniões mediúnicas em seu apartamento.
Nessas ocasiões que evocavam o benfeitor César Hanzi para levantamento de dados para o livro, bem como para tirar dúvidas sobre a Doutrina dos Espíritos.
Hanzi sempre comparecia às reuniões com boa vontade e respondia os quesitos não em tom professoral, mas como um amigo que se tornara de todos os presentes.
Em uma das reuniões Ricardo perguntou ao porta-voz da colônia Recanto de Irmão:
__ Hanzi fale sobre nosso envolvimento com o projeto do Portal Luz Espirita feito na Colônia?
César Hanzi responde:
“Não apenas estavam sendo preparadas novas reencarnações para o grupo afim, paralelamente estava sendo elaborado um projeto muito importante para a Colônia Recanto de Irmãos: A Fraternidade Luz Espírita.
Alexander Lagden reencarnou como Walter e se dedicaria pelo grupo nos bastidores, enquanto a direção espiritual do grupo ficaria sob responsabilidade de Lia, a coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré.
Miguel que era o porta-voz da colônia deveria reencarnar com a missão de ser médium da Fraternidade Luz Espírita recebendo o mesmo nome, Miguel, e passaria sua responsabilidade para o recém egresso na Colônia César Hanzi que receberia importantes responsabilidades como porta-voz e protetor do grupo recém reencarnado.
Bell e Lopes naquela época estavam com Miguel na Colônia. Um já estava encarnado e só teve conhecimento da obra quando Miguel estava ligado àqueles que seriam sua família.
Você Ricardo, tomou conhecimento, conforme sua intuição já lhe grita, por meio de encontros oníricos, quando finalmente a pasta com as instruções iniciais desse trabalho foram por mim compreendidas. Em simpatia de tarefas e forte lógica de implantação foi que Laerte, nosso diretor, nos permitiu as experiências oníricas.
Entretanto, os amigos já encarnados antes de minha preparação para ser o porta-voz desse programa, foram acompanhados desde a infância porque este acompanhamento e toda a história desta vigília me serviriam de orientação e aprovação para este trabalho.
Se ao longo de suas infâncias e juventude e para o mais velho para a vida adulta, se nosso comportamento não fosse bom para os espíritos e o trabalho ficasse inviável, teríamos de transferir o projeto para outra entidade espírita apta.
Não fomos os primeiros por acaso, nos somos simplesmente a primeira fagulha de um grande trabalho e desejamos muito que o fogo se acenda, temos pressa e vontade que isso aconteça. Como estamos sujeitos à limitação da matéria e nós às suas limitações, cabe-nos esperar pela providência divina superior em graus de conhecimento.
“Todos vocês tiveram encontros oníricos, e somente sabiam das preliminares desse trabalho que apresentam reflexos que transcendem nosso planejamento que nos deixam orgulhosos e felizes por fazer parte dessa parceria.”
__ Muito obrigado pelos esclarecimentos – Agradece Ricardo Felício.
Então, Glauber, amigo de Ricardo, toma a palavra e pergunta:
__ Hanzi, Por que os envolvidos na história escolheram o Brasil?
O benfeitor prontamente respondeu:
“Brasil – Coração do mundo, pátria do evangelho. Os espíritos do velho mundo foram trazidos para o Brasil para se refazerem no âmbito moral naquilo que mais lhe apontam a inferioridade. Porque o Brasil seria a única pátria cujo sincretismo permite a liberdade de crenças e o ecumenismo regado de inteligência, bem como a vontade de evolução moral desses irmãos.
O Brasil é o país que hoje e no futuro atuará como a Jerusalém de antigamente da mesma forma que a África foi incumbida de ser o berço de Jesus (Egito – durante sua fuga às perseguições de Herodes).
Nosso país foi escolhido para ser o abrigo do evangelho de forma libertadora e racional, não sendo à toa que a República Federativa do Brasil é a única pátria que abriga o Espiritismo. Vale dizer que aqui não temos outra religião que a do amor. E nessa afinidade tenho o prazer de ser ligado ao Espiritismo.
Não diminuindo o valor das outras religiões, enfatizo que todas atuam livremente no Brasil para receber com amor aqueles que aqui vieram e se sentem amparados.
Jesus sabiamente escolheu esse local não só pelas belezas naturais, mas por sua jovialidade, sua infância diante das outras nações do mundo antigo.
Como as crianças são puras e mais abertas ao conhecimento, o Brasil criança, está sim neste campo de infância e da pureza e a voar, amados amigos.
Isso tem grande responsabilidade e peso, porque as crianças estão abertas a toda informação boa ou má e nós que temos a boa educação cristã não devemos nos omitir e assumir o pessimismo.
Entendam que são vocês os responsáveis pela limpeza e quando escolhestes não coletar o lixo da rua, passa a partilhar da mesma sujeira, não adiantando dizer que os outros são mal-educados. Os espíritos mais elevados dirão – o que fizeram com o que lhe foi confiado. Amor e esclarecimento e não partilha de seus defeitos.”
Em outra reunião, Ricardo e seus amigos foram presenteados com uma visita especial, pois Lia a coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré da Colônia Recanto de Irmãos compareceu através da médium Alessandra.
Então por gostar do trabalho de musicoterapia na casa espírita Ricardo Felício propõe um estudo sobre o tema e pergunta à Lia:
__ Lia fale um pouco sobre a musicoterapia durante o momento de aplicação do passe espírita!
A benfeitora responde:
“A música durante o trabalho dos passes é importante para a dissipação das energias negativas do ambiente, trazidas por encarnados e desencarnados em situação de desequilíbrio, e que adentram a sala de passe com dúvidas sobre o que vão receber. Ela dissipa as energias negativas e promovem o refazimento de energias positivas. Os fluidos são reciclados pelos acordes retornam para o fluido cósmico universal mais saudáveis- Aduz Lia.
Ela não nos atrapalha porque nós trabalhamos pelo Cristo, interligados pelo amor e nada nos atrapalha. Vocês encarnados é que conseguem se atrapalhar.
Os acordes dissipam as energias trocando pensamentos inúteis por pensamentos elevados limpando alma e coração. Quando se canta se entoa em uma só voz unimos pessoas na mesma canção.
“A Música lava a alma e faz as almas entrarem em ligação com Deus, por isso ela deve ser implantada em todas as casas espíritas”.
A fim de ouvir outra opinião sobre o assunto, Ricardo faz a mesma pergunta para César Hanzi que de bom grado responde:
“Que a música serve como foi dito por Lia para absorver as energias insalubres ou dissonantes com o ambiente. Para os encarnados serve para colocar um rumo em suas atenções. Serve de vínculo para todos fazendo que se mantenha um único pensamento.
Todas as artes indiscutivelmente pela beleza intelectual são inspiradas por todo o universo espiritual.
Entretanto, a música é como grande arrebatadora de almas, como disse Lia, a música lava as almas e não é porque é bela somente, mas porque de todas as artes, ela não é estática, possui movimentos.
As notas vibram não somente o ar, mas tocam os corações e cantadas com força e sentimento ela chocam-se nas linhas fluídicas da Terra e no caso da Casa Espírita chocam com o ambiente proporcionando mais dinamismo nos trabalhos.
Quando vamos para as regiões mais escuras, encontramos impulso na música celeste. Benfeitores superiores se comunicam pela melodia com vozes ligadas ao Criador.
A música é eficaz apoio aos trabalhos de passes, pois canaliza a doação magnética feita em conjunto pelos dois planos. “Cantar é orar duas vezes”.
Poucos dias antes do feriado dos dias das mães, Wilson participou da reunião mediúnica na casa de Ricardo Felício e lhe fez um convite intuído pela espiritualidade:
__ Que tal você fazer a exposição do evangelho no feriado dos dias das mães? Será uma boa ocasião para você ajudar um irmão que você ofendeu no passado. Este irmão vem comparecendo nas reuniões mediúnicas da casa se identificando ora como François, ora como “Estrangeiro” e diz que ainda não acredita na sua renovação nem na sinceridade de suas preces lhe pedindo perdão.
__ Eu aceito o convite de bom grado. Também continuarei a fazer minhas preces para este irmão para que ele me perdoe pelo que fiz no passado e perceba que não sou mais Arthur Bescherelle.
__ Ótimo Ricardo, na ocasião da palestra faça uma homenagens às mães deste plano e também do plano espiritual, pois a mãe de François certamente comparecerá ao trabalho e quem sabe ele possa aceitar novas ideias.
03
O Resgate de François.
Após o convite de Wilson, Ricardo Felício começou a se preparar para fazer a exposição do Evangelho no Centro Espírita no Dia das Mães. O tema da palestra seria – A Mãe Espírita.
Ricardo além de fazer a habitual pesquisa para a elaboração do discurso começou a envolver François, o “Estrangeiro”, em preces com pedido de perdão pelo mal que lhe fizera no passado.
Como o tema do dia seria uma homenagem às mães, Ricardo pedia a Deus que na ocasião a mãe de François também comparecesse na reunião.
Indignado ante as boas intenções de Felício, François disse resoluto:
__ Chega de palhaçada! Eu não acredito em sua renovação Arthur! Eu não acredito na sinceridade de seu pedido de perdão! Agora chegou o momento de encerrar minha vingança. Vou reunir todos os meus capangas para te subjugar e levar à loucura diante de todos do centro espírita. Você morrerá esquecido em um manicômio da mesma forma que morreu Isabelie! Nada me deterá! Há! Há! Há!
Chega finalmente o Dia das Mães, Ricardo depois de visitar sua mãe Rose Silva, se dirige para o Centro Espírita.
O trabalho é iniciado com uma prece inicial, Ricardo entoa algumas canções em homenagem a Maria Mãe de Jesus e inicia a palestra:
“Querido Irmãos,
Que a paz do Mestre Jesus permaneça sempre em nossos corações!
O tema do Evangelho de hoje é a Mãe Espírita...”
Ricardo fala sobre a missão da Mãe Espírita: ser uma representante de Deus na Terra cuidando e orientando os espíritos que reencarnaram sob sua responsabilidade.
Felício destaca também que o papel da Mãe Espírita é educar aqueles que serão um dia adultos, e que irão compor a sociedade dizendo que se queremos uma sociedade mais honesta e fraterna, isso dependerá da educação que damos aos nossos filhos.
O palestrante ressaltou que a diferença entre a mãe espírita e as demais é o conhecimento da exata dimensão de sua responsabilidade sobre a educação de seus filhos, tendo o dever de ensinar as verdades do Cristo.
Durante a exposição do tema, Ricardo mantinha sua mente em constante prece e imaginava François, rogando a Deus que sua mãe viesse reencontrá-lo para seu resgate.
Para concluir sua palestra, Ricardo recitou o poema Mãe ditado pelo espírito Maria Dolores a Chico Xavier:
“Quero, Mãezinha, agradecer-te, em festa,
por tudo o que me dás ao coração,
entretecer-te uma canção modesta, mas todo
esforço é vão...
Se pudesse dizer à gratidão que sinto por
teu santo carinho protetor, precisaria conhecer
na essência toda a glória do amor.
Tens o segredo da Bondade Eterna, Deus me
acena e sorri por tua face... Não há sábio no
mundo que defina o Sol quando aparece,
o lírio quando nasce!... Falar de ti,
mostrar-te? isso seria como explicar a
terra, olhando a Altura, a doce maravilha de
uma estrela a guiar o viajor em noite escura.
Converto em prece o reconhecimento, que de
meu peito humilde extravasa, rogando ao Céu
te envolva em rosas de ventura, anjo
sustentador de nossa casa!... Deus te
guarde Mãezinha, pelo berço, descuidado e
risonho, em que me acalentaste para a vida,
como flor de teu sonho.Deus te engrandeça
pelos sacrifícios e pelos sofrimentos que te
impus, quando em pranto escondido te arrasavas
por ser minha luz.Deus te compense pelas
noites tristes de aflição que te dei, pelo
perdão de tantas vezes, tantas !...
Quantas foram, não sei ...
Deus te enalteça a fonte de ternura, que
nunca se abandona e nem se cansa, pelo cuidado
com que me restauras, ante o dom do trabalho
e a força da esperança ! Perdoa se te oferto
unicamente, na minha devoção de todo dia,
o meu ramo de flores orvalhadas nas lágrimas
que choro de alegria !Com júbilos divinos,
Mãe querida, que a Celeste Bondade te coroe !...
Por tudo o que nos dás nos caminhos da vida,
Deus te exalte e abençoe !...
Se para os frequentadores encarnados o ambiente era de paz e tranquilidade, o mesmo não ocorria entre os frequentadores desencarnados, pois uma legião de espíritos comandados por François conseguiu varar as guarnições invadindo o local.
Toda a equipe de trabalhadores ligados à Colônia Recanto de Irmãos se reuniu para fazer uma corrente de preces pedindo socorro ao Pai Maior e fizeram um escudo fluído em torno de Ricardo, para que este não fosse interrompido durante a exposição do Evangelho.
Por sua vez, François estava ligado ao ódio e vingança, bem como em tristeza por não se libertar desses pensamentos. Cansado de tanto se lamentar nesses sentimentos ele conseguiu por mérito próprio trancar-se a qualquer sentimento. Isso causou grande dificuldade aos amigos que visavam socorrê-lo tentando entrar em sua jaula de sentimentos.
Então, seguindo a intuição dos trabalhadores da Colônia Recanto de Irmãos, Ricardo começou a solicitar em seus pensamentos com grande veemência a presença da mãe de François para fazê-lo lembrar que ele um dia soube amar.
Esses breves segundo, transformaram-se em tempo quase infinito para a prática do amor e aproximação daquele que queriam socorrer. Porém, François afastava-os aproximando-se apenas daqueles que lhe inspiravam vingança.
No momento em que Ricardo pegou suas anotações para ler o poema Mãe, François grita:
__ Arthur você não conseguirá fugir de minha ira! Os filhos do Cordeiro não serão páreo para os Dragões! Breve nós iremos romper essa barreira fluídica e te destruiremos! – Berrou François.
Quando o “Estrangeiro” estava prestes a dar ordem ao ataque, um grande clarão iluminou o recinto.
Lia a coordenadora do Burgo Maria de Nazaré da Colônia Recanto de Irmãos, e sua equipe materializou-se entre a corrente que protegia Ricardo Felício e a falange de François.
François arregalou seus olhos, pois não acreditava no que via. Ele não imaginava que um dia ficaria novamente diante daquela que fora sua mãe em sua existência anterior.
O “Estrangeiro” caiu de joelhos no chão aos prantos e disse:
__ Maman! Ma petite mère, je jamais pensais que vous trouveriez. Pardonnez-moi pour marcher dans la voie du mal! (do francês: Mamãe! Minha mãezinha, eu jamais pensei que te encontraria novamente. Perdoe-me por andar no caminho do mal!).
Desorientados, os espíritos da legião de François começaram a correr em retirada deixando seu líder para trás, pois não suportavam a grande luz que Lia irradiava. Todavia, foram impedidos pelos trabalhadores que os envolveram com vibrações de amor, conseguindo também resgatá-los naquele momento.
Emocionada e cheia de amor Lia se dirige ao filho:
“Filho! Seu ódio não te levará a lugar algum, apenas te manterá em ambiente penoso, insalubre e covarde, onde o medo impera e você em seu íntimo não deseja ficar.
“Mon petit François, Não há um oceano de maldade que uma gota de amor não pode despoluir”. Lembre-se que um dia você amou alguém de forma fraterna e assim poderá finalmente se esquecer do mal que foi vítima.
Perdoe Arthur Bescherelle! Seja seu irmão!”
Depois dessas palavras, François toma coragem, levanta a cabeça e olha para sua mãe, que pôde depois de muitos anos entrar em seus sentimentos mais profundos.
Lia teve a chance que esperava havia muito tempo. Então, a benfeitora aproximou-se de seu filho e consegui tocá-lo vendo além de seu espírito machucado pelo ferro, uma esperança que brotava do fundo de sua alma.
A coordenadora do Burgo Maria de Nazaré conseguiu senti-lo como se fosse à primeira vez.
Os corações nesse momento, por meio da sintonia da perda, ensinam que não importando o tempo, nunca é tarde para o Criador. Nunca é tarde para nós podermos perdoar e continuar.
__ François, você sabe que pode contar comigo e com o amor e carinho de todos que compartilharam sua história – Lia sussurra aos ouvidos do filho.
__ Mãezinha, te agradeço o amor que não tenho experimentado e o carinho que há muito não tenho sentido. Leva-me contigo! – Responde François.
Antes de partir levando o filho para o hospital ligado à Casa Espírita Lia fala para todos os presentes:
“A doutrina espírita é muito mais que meros rituais. Ela é dos espíritos e não dos espíritas. Ela visa o melhoramento moral. Sua proposta vai muito mais além do que compreendem.
Quando ultrapassamos as barreiras entendemos o papel dela.
Espíritos esclarecidos não gostam de rédeas. Modificam para melhor o que acham que pode ser melhorado. Estamos preocupados com a transformação do planeta e esquecemo-nos de nossa própria transformação.
Foi de grande importância a participação de Ricardo Felício no resgate de François. Meu filho não acreditava que aquele que um dia lhe tirou a vida com uma espada, lhe pedisse perdão lhe estendendo suas mãos para que ele continuasse.
François ouça bem, tuas feridas ainda estão abertas como um troféu do duelo, no entanto, um dia elas vão cicatrizar. Elas são a prova de que você foi ferido e agora está vivo!
François olhe para frente e abrace as pessoas como se fosse à última vez!
O sofrimento não enaltece, nem faz que sejamos melhores, só demarcam nossa vida com um ponto final.”
04
Esperança.
O tempo corria célere, pois Ricardo estava terminando a redação de seu livro no mês de Agosto de 2012.
Felício seguia sua jornada com grande esperança em dias melhores, pois sabia que sua vida seria dedicada para as abençoadas tarefas do trabalho profissional, estudo e servindo ao próximo nas atividades no Centro Espírita e portal Luz Espírita
Faltava apenas mais um encontro mediúnico para concluir o trabalho. Nessa ocasião, Ricardo pergunta a César:
__ Amigo Hanzi qual o balanço entre as existências dos personagens Arthur e Ricardo?
Hanzi responde gentilmente:
“Positivo, não por elogio, mas por acreditar na lei da evolução, se disser que não, negligenciaria. Ainda pode alcançar mais desde que se dedique mais a própria moral e esquecimento de si próprio.
Dizer que não se pode crescer muito ao ponto da santidade em uma única encarnação é algo pessimista, mas é possível, no entanto, nos limitamos à permanência no estágio mediano.
Se teu progresso tem se mostrado aparentemente ínfimo aos olhos da carne, aos olhos da alma é de grandeza indizível, e assim com uma boa parte daquele que verdadeiramente se entrega às tarefas do bem, sem tratá-lo com segundas intenções ou a título de permuta.
Porque aquele que faz o bem esperando algo, não o faz naturalmente, mas terá benefícios porque toda a boa ação recebe sua recompensa.
Evoluir não implica somente praticar atos benévolos, implica em praticá-los de forma mais honesta que for possível.
Quem assim procede, dá grande passo, mas ainda não compreende a santidade das palavras de Jesus que estão nos estágios da bondade e amor de Deus. Crescemos incessantemente em nano segundos que sejam, porque esta é a vontade de Deus crescer sempre.
Saldo sempre positivo.
Se a diferença de um estágio para outro será grande ou ínfimo, depende não apenas de nosso comportamento em toda a existência física, pois o ser evolui nos dois mundos.
Enquanto Ricardo reconhece que não fora o melhor dos seres em outras vidas, o peso de sua responsabilidade o conduz com todas as suas forças no caminho do amor e da entrega em nome de Deus. Se não tudo isso que escrevemos será perda de tempo, mesmo que para os leitores não o seja.
Haverá de ser por tudo na personificação da singularidade de cada um que destas reuniões participou, inclusive eu, carecidos de passos mais firmes no caminho de Jesus, se fui solicitado para este trabalho foi para aprendizado.
De forma franca e direta, digo que toda essa regressão lhe fora possibilitada com o objetivo de te transformar naquele ser que teu ânimo deseja alcançar.
Entretanto, se o corpo inanimado oferece resistência, e o meio que fora colocado construir um muro, se esses muros e o peso da matéria vencer, a vontade da alma tornará a missão como incompleta, mas nunca sem a possibilidade de retornar e retomar seu crescimento.
É bom que tenhamos sempre a consciência de que estamos inseridos em um grupo chamado humanidade e todas as nossas ações tem reflexos arrebatadores ou destruidores em toda a humanidade.
“Tomando isso como verdade, ao nos comportarmos da melhor forma possível, estaremos efetivamente no melhor rumo: o amor e a evolução.”
Após um momento de reflexão, Ricardo prossegue a reunião perguntando:
__ como está François?
Hanzi responde:
“É recente, não vou dizer a aceitação, mas a comunhão de ideias novas que lhe foram ofertadas. Em um tão grande histórico de grande amargura é necessário que se desfaça todas as costuras defeituosas do perispírito que levarão mais ou menos tempo longo para reencarnar.
François é um amigo de grandes potencialidades e não seria salutar a ele impor a reencarnação compulsória. “Será melhor aguardar seu refazimento completo e mais fraterno do bem para que ele mesmo por si próprio escolha voltar a reencarnar.”
__ Amigo, quem é a mãe de François? Pergunta Ricardo por intuição ao se recordar de sua palestra dos dias das mães.
O benfeitor responde:
“É a própria Lia, mentora do grupo e coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré, que figurou como essa personagem e tendo ele reconhecido tamanha elevação e lembrança de ter sido por breve momento filho dessa entidade bondosa, sentiu-se envergonhado por sua dor, motivo pelo qual ele não aceitou se engajar no cominho do bem.
Era o orgulho de reconhecer sua pequenez diante de tão grande entidade. Reconheceu que somente vivendo entre os bons poderia alcançar aquela que julga santa. Nisto Deus demonstrou sua divina proteção nas mulheres, nas mãos de outro ser, o amor divino na Terra.
A mãe é a mais justa representação que podemos representar o amor do Cristo: este é o amor de mãe pelo filho. Não excluo o amor dos pais, apenas evidencio a emanação geradora da vida na Terra que é a ferramenta de Deus para dar à luz seres para honrosa experiência.
Quando estiverem em comunicação com espíritos ainda sofredores utilizem-se dessa ferramenta lembrando amigo comunicante de seus laços na Terra. Lembrando-o de sua mãe, pedindo que sua mãe estiver e condições mais elevadas e se disponibilizar para que auxilie seu filho. “Recebemos muito auxilio quando imploramos por nossas mães ao deixar o plano físico.”
__ Tenho uma boa notícia para lhe dar! Exclama Hanzi.
__ Qual? Pergunta Ricardo Felício.
__ A Lia pediu para avisar o amigo que breve você e François serão parceiros de trabalho nas atividades da casa espírita e juntos escreverão um novo livro em continuação do que acabamos de escrever – Responde Hanzi.
__ Ficarei honrado em participar dessa parceria! Não vejo a hora de François se recuperar para que possamos iniciar nossos trabalhos. Quem sabe falaremos sobre nossa existência em comum como Rubem e François na França do Século XIX! Exclama Ricardo com alegria.
__ Amigo Hanzi, antes de encerrarmos nossa reunião, qual lição poderíamos deixar aos leitores no término deste livro? Pergunta Ricardo Felício.
05
Por que o perdão impera? (ÚLTIMO CAPÍTULO)
César Hanzi responde a última questão feita por Ricardo Felício:
__Ricardo, leia por gentileza o Capítulo 10 do Evangelho Segundo o Espiritismo, item 14 - Instrução dos espíritos- Perdão das ofensas.
O anfitrião da reunião lê:
Perdão das ofensas14. Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar freqüentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?
Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.
Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte d’Aquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe. Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.
Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. Simeão. (Bordéus, 1862.)
Hanzi agradece pela leitura e aduz:
“Pai perdoa as nossas ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Ensina-nos Jesus que devemos nos atentar para o sentido dessa palavra.
Cautela ao proferir a prece que o mestre nos deixou, entretanto, como disse ainda que compreendamos o perdão em sua sublime e verdadeira definição. Temos ensaiado esse comportamento não cristão, mas divino (para não negar a dádiva do perdão aos não cristãos).
O perdão deve ser entendido como não se magoar. Porque Deus não se magoa? Porque ele é perfeito.
Quais os atributos de um ser perfeito?
Como um sábio da antiguidade certamente falou “o homem é a medida de todas as coisas” eu digo que “Jesus é a medida de todos os homens”.
Todos os seus atos e ensinamentos nos demonstraram o ser divino, não para nos salvar dos pecados, pelo seu sofrimento, mas para nos libertar da ignorância.
Por isso o orgulho e egoísmo devem ser ausentes em nós.
O perdão não é um item das leis imutáveis porque haverá o dia em que os habitantes da Terra deixaram esse estágio tão aviltante e não ofenderão mais os seus semelhantes, e não havendo mais feridas e conflitos, descartada será a necessidade do perdão.
Porém em nosso estágio o perdão é o ato mais caridoso que podemos dispensar ao nosso próximo. Isso Jesus nos deixou evidente no Evangelho dizendo que antes de entregar a oferta no altar devemos nos reconciliar, não apenas com palavras, mas com o coração para que na prece possamos dizer: “Pai perdoa-me porque aprendi a perdoar”.
Porque aquele que perdoa não carece de solicitar perdão a Deus porque foi automaticamente perdoado. Aquele que perdoa tem a obrigação de pedir a Deus que aquele que foi perdoado siga o seu caminho sem ofender outros na estrada.
Laerte, governador de nossa colônia, define a vida na Terra em uma palavra que transformamos na sigla VIVER que significa Valor Insofismável da Verdade Espiritual de Renunciar.
Sugestão para um ponto de reflexão na Terra. Toda a moral da história, não está onde se encerra, ela está onde recomeça: que Deus nos coloca as dificuldades não para nos fazer sofrer, mas para que olhemo-las pensando naquele que julgamos uma pedra no sapato e façamos a seguinte pergunta – será que não somos nós a pedra no sapato dessa pessoa impedindo-lhe a caminhada? E peçamos-lhe o devido perdão. Então, passaremos a olhar toda a provação como um presente de Deus, porque ela é que sustenta a nossa pirâmide de reencarnações, pois sem esses tropeços não teríamos cautela e assim aprendemos com a dor, pois ainda não sabemos aprender com a dor de nosso semelhante, de modo que precisamos sentir na pele própria pele a dor para o aprendizado.
Aquilo que sofremos não é por punição e sim por amor de Deus que a permite para aprendizado e para nossa auto superação.
“Perdoar é abraçar aquele irmão que nos ofendeu, como Deus nos abraça.”
Após a bela explanação do benfeitor, Ricardo faz a última pergunta da reunião:
__ Amigo Hanzi, do texto do Evangelho Segundo o Espiritismo que acabamos de ler, qual o trecho que devemos nos atentar?
César responde:
Atentando-nos a um trecho que convida os espíritas, enfatizo os espíritas, a praticarem o verdadeiro perdão e que essas palavras de amor e indulgência não sejam expressões vazias em nossas bocas.
Perdoar da mesma forma que desejamos ser perdoados e amar da mesma forma que desejamos ser amados, pois Deus nos ama.
Caso contrário, nossa permanência em ciclos dolorosos haverão de se estender pela falta de coragem de nos assumirmos como seres divinos e não como personagens que vestem máscaras de vilões, homens do mal.
Somos bons e assim devemos ser. Enquanto apenas falamos, repetimos e parafraseamos Jesus, não estaremos crescendo e fazendo crescer nossos irmãos.
Quando colocarmos Jesus no centro, colocando suas palavras em ação, estaremos ajudando Deus, nosso pai, a construir moradas mais elevadas em todo o universo.
Deus espera colaboração honesta, verdade adorável e doçura com entrega e não amargura.
Jesus não está no trono esperando por nós e vendo nosso sofrimento. Ele visita todas as moradas da Terra e lideranças espirituais. Hoje ele grita dentro de nossas almas para que todos nos entreguemos aos conhecimentos do mundo espiritual.
“Ouça a voz de Jesus - se entregue ao trabalho que ele nos confia.”
Após as sábias instruções, os amigos encerraram a reunião com uma bela prece feita por Ricardo Felício em agradecimento a Deus pela dádiva da vida e seu aprendizado:
Pai de infinita bondade, somos gratos por tudo que fizestes por nós. Somos gratos pela benção da vida na Terra que é uma dádiva valiosa para nosso aprendizado.
Obrigado senhor pela indulgência com nossas falhas e pela divina lição do perdão. Senhor nos ensina a viver verdadeiramente os exemplos do Cristo, dentre eles o de fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem conosco.
Educa-nos para que aprendamos a lidar com nossos sentimentos de forma que nos momentos difíceis saibamos dar nosso bom testemunho perante nossos irmãos.
E por fim, te agradecemos pela bendita oportunidade de trabalho que nos faz úteis aos nossos semelhantes e pela esperança de que teremos dias melhores.
Obrigado senhor por sua lição de amor.
“Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso reino,
Seja feita a vossa vontade,
Assim na terra como nos céus,
O pão nosso de cada dia nos daí hoje,
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido
E não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal.
“Que assim seja.”
O Presente
01
O Despertar para a realidade.
Era o mês de abril de 2012.
A Páscoa tem o significado de renovação, renascimento ou libertação da escravidão. Foi isso o que aconteceu com Ricardo Felício durante a páscoa.
Os encontros mediúnicos com César Hanzi, o porta-voz da Colônia Recanto de Irmãos, fizeram uma verdadeira terapia de regressão às vidas passadas com Ricardo Felício que passou a entender tudo o que acontecia em sua vida.
Ricardo Felício compreendeu que uma nova etapa em sua vida começava e seria uma etapa de renovação íntima e trabalho edificante na Seara do Mestre. Ele finalmente se conformou com o fim de seu casamento com Luana que na verdade nunca o amou de verdade, tampouco o respeitou.
Felício descobriu finalmente que Luana prosseguia com suas relações promíscuas, descobriu também que a separação do casal era um ato premeditado por Luana que queria apenas vantagens materiais. Ricardo compreendeu que a sua ex-mulher preferiu o caminho da vingança ao invés do caminho do perdão e reparação.
Finalmente, Ricardo deixou de se considerar como vitima e passou a se ver como responsável por tudo o que ocorreu em sua vida.
Com relação à Luana sua missão seria dali por diante a de perdoá-la e vê-la como uma irmã perante Deus. Então, Felício ingressou com o pedido de divórcio e decidiu voltar a estudar optando pelo curso de Direito, como forma que evolução pessoal.
Depois de sua separação com Luana, Ricardo começou a compartilhar mais tempo com suas filhas Elisabeth e Helena aos finais de semana. Pai e filhas finalmente começaram uma nova relação, uma relação de amizade e carinho. Embora ficassem pouco tempo juntos, melhoraram a qualidade desse tempo em passeios a parques, exposições de arte, teatros, shoppings, casas de parentes, etc.
Elisabeth ao invés de ocupar um papel de filha, passou a ocupar papel de amiga de seu pai ajudando-lhe em sua nova etapa com conselhos. Além disso, passou a ajudar seu pai no trato com a pequena Helena dialogando com a irmãzinha para que aceitasse a separação de seus pais.
Seguindo boas intuições de seus amigos espirituais Ricardo voltou a freqüentar novamente o Centro Espírita Caminho da Luz, onde se reencontrou com Cibele Pereira que passou inicialmente ser uma amiga e conselheira.
Durante o feriado de Páscoa começaram a namorar, fato que fez Ricardo Felício um homem mais forte para prosseguir sua caminhada. Ricardo e Cibele passaram a trabalhar juntos nos trabalhos voluntários da casa espírita, a saber, na Casa Amiga.
Cibele Pereira por sua vez, era uma mulher mais experiente na vida, pois experimentara o divórcio três anos atrás. Ela foi casada com Pedro que na existência anterior fora Pietro D’Arezzo. Eles viveram 17 anos juntos com a missão de resgatar a difícil convivência que tiveram em Verona. Antony D’Arezzo que na época foi o irmão de Pietro nasceu da união do casal como oportunidade para transformar em amor os ciúmes que sentia pelo casal Pietro e Cibele. Como a providencia divina não apenas cobra os débitos do passado, mas também fornece os meios para tal, permitiu que Giuglia D’Arezzo renascesse novamente como filha do casal, sendo batizada como Daniela Pereira que veio ao mundo para dar apoio à sua família.
Com conhecimento de causa, Cibele Pereira ensinava a Ricardo:
__ Pare de se lamentar pelo passado. Você tem que aprender a ser amar e se valorizar mais. Aprenda que não podemos mudar as pessoas, pois nunca conseguiremos, na verdade nós que precisamos nos mudar para melhor. Não seja leviano com os corações dos outros e nem permita que os outros sejam levianos com seu coração. Você é uma pessoa maravilhosa que não merece ficar assim deprimido. Tudo na vida é oportunidade de aprendizado. Você não é um derrotado, mas sim um vencedor, pois aprendeu muito com tudo o que aconteceu na vida.
Ricardo respondia:
__ Sim meu amor, você está coberta de razão. Deus é tão bom que me deu a oportunidade de resgatar meus erros do passado sentindo na pele o que eu fiz os outros passarem. Agora que amadureci eu não preciso aprender pela dor. Posso aprender por meio do trabalho voluntário em prol do próximo no centro espírita. Para começar, publicarei meu livro-regressão que servirá para ajudar a muitas pessoas que não precisarão cometer os mesmo erros que eu cometi. Elas poderão aprender com meus erros e acertos.
__ Então, viva nosso amor! Concluía o casal.
02
Reuniões esclarecedoras.
Ricardo se tornara um novo homem.
O trabalho de redação de seu livro regressão serviu para que renovasse sua esperança tornando-se mais otimista com o porvir.
Depois de muita reflexão sobre suas experiências sob a roupagem de Arthur Bescherelle, sua passagem pela Colônia Recanto de Irmãos e suas consequências sobre esta vida presente, Ricardo tomou novas resoluções em sua vida.
Ricardo aprendeu que para conseguir novos resultados seria necessário assumir novas atitudes perante a vida. Decidiu deixar de se comportar como vítima ou como culpado pelo passado. Decidiu tomar uma postura mais proativa diante sua vida, passando a ser o senhor de seu destino seguindo a seguinte receita: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O trabalho voluntário no centro espírita, bem como a boa convivência com as pessoas que estavam em sua vida seria o início dessa nova etapa em sua vida.
Quinzenalmente Ricardo Felício convidava o médium Miguel, bem como amigos do centro espírita como Wilson, Cibele, Jorge, Rogério e Glauber para reuniões mediúnicas em seu apartamento.
Nessas ocasiões que evocavam o benfeitor César Hanzi para levantamento de dados para o livro, bem como para tirar dúvidas sobre a Doutrina dos Espíritos.
Hanzi sempre comparecia às reuniões com boa vontade e respondia os quesitos não em tom professoral, mas como um amigo que se tornara de todos os presentes.
Em uma das reuniões Ricardo perguntou ao porta-voz da colônia Recanto de Irmão:
__ Hanzi fale sobre nosso envolvimento com o projeto do Portal Luz Espirita feito na Colônia?
César Hanzi responde:
“Não apenas estavam sendo preparadas novas reencarnações para o grupo afim, paralelamente estava sendo elaborado um projeto muito importante para a Colônia Recanto de Irmãos: A Fraternidade Luz Espírita.
Alexander Lagden reencarnou como Walter e se dedicaria pelo grupo nos bastidores, enquanto a direção espiritual do grupo ficaria sob responsabilidade de Lia, a coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré.
Miguel que era o porta-voz da colônia deveria reencarnar com a missão de ser médium da Fraternidade Luz Espírita recebendo o mesmo nome, Miguel, e passaria sua responsabilidade para o recém egresso na Colônia César Hanzi que receberia importantes responsabilidades como porta-voz e protetor do grupo recém reencarnado.
Bell e Lopes naquela época estavam com Miguel na Colônia. Um já estava encarnado e só teve conhecimento da obra quando Miguel estava ligado àqueles que seriam sua família.
Você Ricardo, tomou conhecimento, conforme sua intuição já lhe grita, por meio de encontros oníricos, quando finalmente a pasta com as instruções iniciais desse trabalho foram por mim compreendidas. Em simpatia de tarefas e forte lógica de implantação foi que Laerte, nosso diretor, nos permitiu as experiências oníricas.
Entretanto, os amigos já encarnados antes de minha preparação para ser o porta-voz desse programa, foram acompanhados desde a infância porque este acompanhamento e toda a história desta vigília me serviriam de orientação e aprovação para este trabalho.
Se ao longo de suas infâncias e juventude e para o mais velho para a vida adulta, se nosso comportamento não fosse bom para os espíritos e o trabalho ficasse inviável, teríamos de transferir o projeto para outra entidade espírita apta.
Não fomos os primeiros por acaso, nos somos simplesmente a primeira fagulha de um grande trabalho e desejamos muito que o fogo se acenda, temos pressa e vontade que isso aconteça. Como estamos sujeitos à limitação da matéria e nós às suas limitações, cabe-nos esperar pela providência divina superior em graus de conhecimento.
“Todos vocês tiveram encontros oníricos, e somente sabiam das preliminares desse trabalho que apresentam reflexos que transcendem nosso planejamento que nos deixam orgulhosos e felizes por fazer parte dessa parceria.”
__ Muito obrigado pelos esclarecimentos – Agradece Ricardo Felício.
Então, Glauber, amigo de Ricardo, toma a palavra e pergunta:
__ Hanzi, Por que os envolvidos na história escolheram o Brasil?
O benfeitor prontamente respondeu:
“Brasil – Coração do mundo, pátria do evangelho. Os espíritos do velho mundo foram trazidos para o Brasil para se refazerem no âmbito moral naquilo que mais lhe apontam a inferioridade. Porque o Brasil seria a única pátria cujo sincretismo permite a liberdade de crenças e o ecumenismo regado de inteligência, bem como a vontade de evolução moral desses irmãos.
O Brasil é o país que hoje e no futuro atuará como a Jerusalém de antigamente da mesma forma que a África foi incumbida de ser o berço de Jesus (Egito – durante sua fuga às perseguições de Herodes).
Nosso país foi escolhido para ser o abrigo do evangelho de forma libertadora e racional, não sendo à toa que a República Federativa do Brasil é a única pátria que abriga o Espiritismo. Vale dizer que aqui não temos outra religião que a do amor. E nessa afinidade tenho o prazer de ser ligado ao Espiritismo.
Não diminuindo o valor das outras religiões, enfatizo que todas atuam livremente no Brasil para receber com amor aqueles que aqui vieram e se sentem amparados.
Jesus sabiamente escolheu esse local não só pelas belezas naturais, mas por sua jovialidade, sua infância diante das outras nações do mundo antigo.
Como as crianças são puras e mais abertas ao conhecimento, o Brasil criança, está sim neste campo de infância e da pureza e a voar, amados amigos.
Isso tem grande responsabilidade e peso, porque as crianças estão abertas a toda informação boa ou má e nós que temos a boa educação cristã não devemos nos omitir e assumir o pessimismo.
Entendam que são vocês os responsáveis pela limpeza e quando escolhestes não coletar o lixo da rua, passa a partilhar da mesma sujeira, não adiantando dizer que os outros são mal-educados. Os espíritos mais elevados dirão – o que fizeram com o que lhe foi confiado. Amor e esclarecimento e não partilha de seus defeitos.”
Em outra reunião, Ricardo e seus amigos foram presenteados com uma visita especial, pois Lia a coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré da Colônia Recanto de Irmãos compareceu através da médium Alessandra.
Então por gostar do trabalho de musicoterapia na casa espírita Ricardo Felício propõe um estudo sobre o tema e pergunta à Lia:
__ Lia fale um pouco sobre a musicoterapia durante o momento de aplicação do passe espírita!
A benfeitora responde:
“A música durante o trabalho dos passes é importante para a dissipação das energias negativas do ambiente, trazidas por encarnados e desencarnados em situação de desequilíbrio, e que adentram a sala de passe com dúvidas sobre o que vão receber. Ela dissipa as energias negativas e promovem o refazimento de energias positivas. Os fluidos são reciclados pelos acordes retornam para o fluido cósmico universal mais saudáveis- Aduz Lia.
Ela não nos atrapalha porque nós trabalhamos pelo Cristo, interligados pelo amor e nada nos atrapalha. Vocês encarnados é que conseguem se atrapalhar.
Os acordes dissipam as energias trocando pensamentos inúteis por pensamentos elevados limpando alma e coração. Quando se canta se entoa em uma só voz unimos pessoas na mesma canção.
“A Música lava a alma e faz as almas entrarem em ligação com Deus, por isso ela deve ser implantada em todas as casas espíritas”.
A fim de ouvir outra opinião sobre o assunto, Ricardo faz a mesma pergunta para César Hanzi que de bom grado responde:
“Que a música serve como foi dito por Lia para absorver as energias insalubres ou dissonantes com o ambiente. Para os encarnados serve para colocar um rumo em suas atenções. Serve de vínculo para todos fazendo que se mantenha um único pensamento.
Todas as artes indiscutivelmente pela beleza intelectual são inspiradas por todo o universo espiritual.
Entretanto, a música é como grande arrebatadora de almas, como disse Lia, a música lava as almas e não é porque é bela somente, mas porque de todas as artes, ela não é estática, possui movimentos.
As notas vibram não somente o ar, mas tocam os corações e cantadas com força e sentimento ela chocam-se nas linhas fluídicas da Terra e no caso da Casa Espírita chocam com o ambiente proporcionando mais dinamismo nos trabalhos.
Quando vamos para as regiões mais escuras, encontramos impulso na música celeste. Benfeitores superiores se comunicam pela melodia com vozes ligadas ao Criador.
A música é eficaz apoio aos trabalhos de passes, pois canaliza a doação magnética feita em conjunto pelos dois planos. “Cantar é orar duas vezes”.
Poucos dias antes do feriado dos dias das mães, Wilson participou da reunião mediúnica na casa de Ricardo Felício e lhe fez um convite intuído pela espiritualidade:
__ Que tal você fazer a exposição do evangelho no feriado dos dias das mães? Será uma boa ocasião para você ajudar um irmão que você ofendeu no passado. Este irmão vem comparecendo nas reuniões mediúnicas da casa se identificando ora como François, ora como “Estrangeiro” e diz que ainda não acredita na sua renovação nem na sinceridade de suas preces lhe pedindo perdão.
__ Eu aceito o convite de bom grado. Também continuarei a fazer minhas preces para este irmão para que ele me perdoe pelo que fiz no passado e perceba que não sou mais Arthur Bescherelle.
__ Ótimo Ricardo, na ocasião da palestra faça uma homenagens às mães deste plano e também do plano espiritual, pois a mãe de François certamente comparecerá ao trabalho e quem sabe ele possa aceitar novas ideias.
03
O Resgate de François.
Após o convite de Wilson, Ricardo Felício começou a se preparar para fazer a exposição do Evangelho no Centro Espírita no Dia das Mães. O tema da palestra seria – A Mãe Espírita.
Ricardo além de fazer a habitual pesquisa para a elaboração do discurso começou a envolver François, o “Estrangeiro”, em preces com pedido de perdão pelo mal que lhe fizera no passado.
Como o tema do dia seria uma homenagem às mães, Ricardo pedia a Deus que na ocasião a mãe de François também comparecesse na reunião.
Indignado ante as boas intenções de Felício, François disse resoluto:
__ Chega de palhaçada! Eu não acredito em sua renovação Arthur! Eu não acredito na sinceridade de seu pedido de perdão! Agora chegou o momento de encerrar minha vingança. Vou reunir todos os meus capangas para te subjugar e levar à loucura diante de todos do centro espírita. Você morrerá esquecido em um manicômio da mesma forma que morreu Isabelie! Nada me deterá! Há! Há! Há!
Chega finalmente o Dia das Mães, Ricardo depois de visitar sua mãe Rose Silva, se dirige para o Centro Espírita.
O trabalho é iniciado com uma prece inicial, Ricardo entoa algumas canções em homenagem a Maria Mãe de Jesus e inicia a palestra:
“Querido Irmãos,
Que a paz do Mestre Jesus permaneça sempre em nossos corações!
O tema do Evangelho de hoje é a Mãe Espírita...”
Ricardo fala sobre a missão da Mãe Espírita: ser uma representante de Deus na Terra cuidando e orientando os espíritos que reencarnaram sob sua responsabilidade.
Felício destaca também que o papel da Mãe Espírita é educar aqueles que serão um dia adultos, e que irão compor a sociedade dizendo que se queremos uma sociedade mais honesta e fraterna, isso dependerá da educação que damos aos nossos filhos.
O palestrante ressaltou que a diferença entre a mãe espírita e as demais é o conhecimento da exata dimensão de sua responsabilidade sobre a educação de seus filhos, tendo o dever de ensinar as verdades do Cristo.
Durante a exposição do tema, Ricardo mantinha sua mente em constante prece e imaginava François, rogando a Deus que sua mãe viesse reencontrá-lo para seu resgate.
Para concluir sua palestra, Ricardo recitou o poema Mãe ditado pelo espírito Maria Dolores a Chico Xavier:
“Quero, Mãezinha, agradecer-te, em festa,
por tudo o que me dás ao coração,
entretecer-te uma canção modesta, mas todo
esforço é vão...
Se pudesse dizer à gratidão que sinto por
teu santo carinho protetor, precisaria conhecer
na essência toda a glória do amor.
Tens o segredo da Bondade Eterna, Deus me
acena e sorri por tua face... Não há sábio no
mundo que defina o Sol quando aparece,
o lírio quando nasce!... Falar de ti,
mostrar-te? isso seria como explicar a
terra, olhando a Altura, a doce maravilha de
uma estrela a guiar o viajor em noite escura.
Converto em prece o reconhecimento, que de
meu peito humilde extravasa, rogando ao Céu
te envolva em rosas de ventura, anjo
sustentador de nossa casa!... Deus te
guarde Mãezinha, pelo berço, descuidado e
risonho, em que me acalentaste para a vida,
como flor de teu sonho.Deus te engrandeça
pelos sacrifícios e pelos sofrimentos que te
impus, quando em pranto escondido te arrasavas
por ser minha luz.Deus te compense pelas
noites tristes de aflição que te dei, pelo
perdão de tantas vezes, tantas !...
Quantas foram, não sei ...
Deus te enalteça a fonte de ternura, que
nunca se abandona e nem se cansa, pelo cuidado
com que me restauras, ante o dom do trabalho
e a força da esperança ! Perdoa se te oferto
unicamente, na minha devoção de todo dia,
o meu ramo de flores orvalhadas nas lágrimas
que choro de alegria !Com júbilos divinos,
Mãe querida, que a Celeste Bondade te coroe !...
Por tudo o que nos dás nos caminhos da vida,
Deus te exalte e abençoe !...
Se para os frequentadores encarnados o ambiente era de paz e tranquilidade, o mesmo não ocorria entre os frequentadores desencarnados, pois uma legião de espíritos comandados por François conseguiu varar as guarnições invadindo o local.
Toda a equipe de trabalhadores ligados à Colônia Recanto de Irmãos se reuniu para fazer uma corrente de preces pedindo socorro ao Pai Maior e fizeram um escudo fluído em torno de Ricardo, para que este não fosse interrompido durante a exposição do Evangelho.
Por sua vez, François estava ligado ao ódio e vingança, bem como em tristeza por não se libertar desses pensamentos. Cansado de tanto se lamentar nesses sentimentos ele conseguiu por mérito próprio trancar-se a qualquer sentimento. Isso causou grande dificuldade aos amigos que visavam socorrê-lo tentando entrar em sua jaula de sentimentos.
Então, seguindo a intuição dos trabalhadores da Colônia Recanto de Irmãos, Ricardo começou a solicitar em seus pensamentos com grande veemência a presença da mãe de François para fazê-lo lembrar que ele um dia soube amar.
Esses breves segundo, transformaram-se em tempo quase infinito para a prática do amor e aproximação daquele que queriam socorrer. Porém, François afastava-os aproximando-se apenas daqueles que lhe inspiravam vingança.
No momento em que Ricardo pegou suas anotações para ler o poema Mãe, François grita:
__ Arthur você não conseguirá fugir de minha ira! Os filhos do Cordeiro não serão páreo para os Dragões! Breve nós iremos romper essa barreira fluídica e te destruiremos! – Berrou François.
Quando o “Estrangeiro” estava prestes a dar ordem ao ataque, um grande clarão iluminou o recinto.
Lia a coordenadora do Burgo Maria de Nazaré da Colônia Recanto de Irmãos, e sua equipe materializou-se entre a corrente que protegia Ricardo Felício e a falange de François.
François arregalou seus olhos, pois não acreditava no que via. Ele não imaginava que um dia ficaria novamente diante daquela que fora sua mãe em sua existência anterior.
O “Estrangeiro” caiu de joelhos no chão aos prantos e disse:
__ Maman! Ma petite mère, je jamais pensais que vous trouveriez. Pardonnez-moi pour marcher dans la voie du mal! (do francês: Mamãe! Minha mãezinha, eu jamais pensei que te encontraria novamente. Perdoe-me por andar no caminho do mal!).
Desorientados, os espíritos da legião de François começaram a correr em retirada deixando seu líder para trás, pois não suportavam a grande luz que Lia irradiava. Todavia, foram impedidos pelos trabalhadores que os envolveram com vibrações de amor, conseguindo também resgatá-los naquele momento.
Emocionada e cheia de amor Lia se dirige ao filho:
“Filho! Seu ódio não te levará a lugar algum, apenas te manterá em ambiente penoso, insalubre e covarde, onde o medo impera e você em seu íntimo não deseja ficar.
“Mon petit François, Não há um oceano de maldade que uma gota de amor não pode despoluir”. Lembre-se que um dia você amou alguém de forma fraterna e assim poderá finalmente se esquecer do mal que foi vítima.
Perdoe Arthur Bescherelle! Seja seu irmão!”
Depois dessas palavras, François toma coragem, levanta a cabeça e olha para sua mãe, que pôde depois de muitos anos entrar em seus sentimentos mais profundos.
Lia teve a chance que esperava havia muito tempo. Então, a benfeitora aproximou-se de seu filho e consegui tocá-lo vendo além de seu espírito machucado pelo ferro, uma esperança que brotava do fundo de sua alma.
A coordenadora do Burgo Maria de Nazaré conseguiu senti-lo como se fosse à primeira vez.
Os corações nesse momento, por meio da sintonia da perda, ensinam que não importando o tempo, nunca é tarde para o Criador. Nunca é tarde para nós podermos perdoar e continuar.
__ François, você sabe que pode contar comigo e com o amor e carinho de todos que compartilharam sua história – Lia sussurra aos ouvidos do filho.
__ Mãezinha, te agradeço o amor que não tenho experimentado e o carinho que há muito não tenho sentido. Leva-me contigo! – Responde François.
Antes de partir levando o filho para o hospital ligado à Casa Espírita Lia fala para todos os presentes:
“A doutrina espírita é muito mais que meros rituais. Ela é dos espíritos e não dos espíritas. Ela visa o melhoramento moral. Sua proposta vai muito mais além do que compreendem.
Quando ultrapassamos as barreiras entendemos o papel dela.
Espíritos esclarecidos não gostam de rédeas. Modificam para melhor o que acham que pode ser melhorado. Estamos preocupados com a transformação do planeta e esquecemo-nos de nossa própria transformação.
Foi de grande importância a participação de Ricardo Felício no resgate de François. Meu filho não acreditava que aquele que um dia lhe tirou a vida com uma espada, lhe pedisse perdão lhe estendendo suas mãos para que ele continuasse.
François ouça bem, tuas feridas ainda estão abertas como um troféu do duelo, no entanto, um dia elas vão cicatrizar. Elas são a prova de que você foi ferido e agora está vivo!
François olhe para frente e abrace as pessoas como se fosse à última vez!
O sofrimento não enaltece, nem faz que sejamos melhores, só demarcam nossa vida com um ponto final.”
04
Esperança.
O tempo corria célere, pois Ricardo estava terminando a redação de seu livro no mês de Agosto de 2012.
Felício seguia sua jornada com grande esperança em dias melhores, pois sabia que sua vida seria dedicada para as abençoadas tarefas do trabalho profissional, estudo e servindo ao próximo nas atividades no Centro Espírita e portal Luz Espírita
Faltava apenas mais um encontro mediúnico para concluir o trabalho. Nessa ocasião, Ricardo pergunta a César:
__ Amigo Hanzi qual o balanço entre as existências dos personagens Arthur e Ricardo?
Hanzi responde gentilmente:
“Positivo, não por elogio, mas por acreditar na lei da evolução, se disser que não, negligenciaria. Ainda pode alcançar mais desde que se dedique mais a própria moral e esquecimento de si próprio.
Dizer que não se pode crescer muito ao ponto da santidade em uma única encarnação é algo pessimista, mas é possível, no entanto, nos limitamos à permanência no estágio mediano.
Se teu progresso tem se mostrado aparentemente ínfimo aos olhos da carne, aos olhos da alma é de grandeza indizível, e assim com uma boa parte daquele que verdadeiramente se entrega às tarefas do bem, sem tratá-lo com segundas intenções ou a título de permuta.
Porque aquele que faz o bem esperando algo, não o faz naturalmente, mas terá benefícios porque toda a boa ação recebe sua recompensa.
Evoluir não implica somente praticar atos benévolos, implica em praticá-los de forma mais honesta que for possível.
Quem assim procede, dá grande passo, mas ainda não compreende a santidade das palavras de Jesus que estão nos estágios da bondade e amor de Deus. Crescemos incessantemente em nano segundos que sejam, porque esta é a vontade de Deus crescer sempre.
Saldo sempre positivo.
Se a diferença de um estágio para outro será grande ou ínfimo, depende não apenas de nosso comportamento em toda a existência física, pois o ser evolui nos dois mundos.
Enquanto Ricardo reconhece que não fora o melhor dos seres em outras vidas, o peso de sua responsabilidade o conduz com todas as suas forças no caminho do amor e da entrega em nome de Deus. Se não tudo isso que escrevemos será perda de tempo, mesmo que para os leitores não o seja.
Haverá de ser por tudo na personificação da singularidade de cada um que destas reuniões participou, inclusive eu, carecidos de passos mais firmes no caminho de Jesus, se fui solicitado para este trabalho foi para aprendizado.
De forma franca e direta, digo que toda essa regressão lhe fora possibilitada com o objetivo de te transformar naquele ser que teu ânimo deseja alcançar.
Entretanto, se o corpo inanimado oferece resistência, e o meio que fora colocado construir um muro, se esses muros e o peso da matéria vencer, a vontade da alma tornará a missão como incompleta, mas nunca sem a possibilidade de retornar e retomar seu crescimento.
É bom que tenhamos sempre a consciência de que estamos inseridos em um grupo chamado humanidade e todas as nossas ações tem reflexos arrebatadores ou destruidores em toda a humanidade.
“Tomando isso como verdade, ao nos comportarmos da melhor forma possível, estaremos efetivamente no melhor rumo: o amor e a evolução.”
Após um momento de reflexão, Ricardo prossegue a reunião perguntando:
__ como está François?
Hanzi responde:
“É recente, não vou dizer a aceitação, mas a comunhão de ideias novas que lhe foram ofertadas. Em um tão grande histórico de grande amargura é necessário que se desfaça todas as costuras defeituosas do perispírito que levarão mais ou menos tempo longo para reencarnar.
François é um amigo de grandes potencialidades e não seria salutar a ele impor a reencarnação compulsória. “Será melhor aguardar seu refazimento completo e mais fraterno do bem para que ele mesmo por si próprio escolha voltar a reencarnar.”
__ Amigo, quem é a mãe de François? Pergunta Ricardo por intuição ao se recordar de sua palestra dos dias das mães.
O benfeitor responde:
“É a própria Lia, mentora do grupo e coordenadora do burgo Lar Maria de Nazaré, que figurou como essa personagem e tendo ele reconhecido tamanha elevação e lembrança de ter sido por breve momento filho dessa entidade bondosa, sentiu-se envergonhado por sua dor, motivo pelo qual ele não aceitou se engajar no cominho do bem.
Era o orgulho de reconhecer sua pequenez diante de tão grande entidade. Reconheceu que somente vivendo entre os bons poderia alcançar aquela que julga santa. Nisto Deus demonstrou sua divina proteção nas mulheres, nas mãos de outro ser, o amor divino na Terra.
A mãe é a mais justa representação que podemos representar o amor do Cristo: este é o amor de mãe pelo filho. Não excluo o amor dos pais, apenas evidencio a emanação geradora da vida na Terra que é a ferramenta de Deus para dar à luz seres para honrosa experiência.
Quando estiverem em comunicação com espíritos ainda sofredores utilizem-se dessa ferramenta lembrando amigo comunicante de seus laços na Terra. Lembrando-o de sua mãe, pedindo que sua mãe estiver e condições mais elevadas e se disponibilizar para que auxilie seu filho. “Recebemos muito auxilio quando imploramos por nossas mães ao deixar o plano físico.”
__ Tenho uma boa notícia para lhe dar! Exclama Hanzi.
__ Qual? Pergunta Ricardo Felício.
__ A Lia pediu para avisar o amigo que breve você e François serão parceiros de trabalho nas atividades da casa espírita e juntos escreverão um novo livro em continuação do que acabamos de escrever – Responde Hanzi.
__ Ficarei honrado em participar dessa parceria! Não vejo a hora de François se recuperar para que possamos iniciar nossos trabalhos. Quem sabe falaremos sobre nossa existência em comum como Rubem e François na França do Século XIX! Exclama Ricardo com alegria.
__ Amigo Hanzi, antes de encerrarmos nossa reunião, qual lição poderíamos deixar aos leitores no término deste livro? Pergunta Ricardo Felício.
05
Por que o perdão impera? (ÚLTIMO CAPÍTULO)
César Hanzi responde a última questão feita por Ricardo Felício:
__Ricardo, leia por gentileza o Capítulo 10 do Evangelho Segundo o Espiritismo, item 14 - Instrução dos espíritos- Perdão das ofensas.
O anfitrião da reunião lê:
Perdão das ofensas14. Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar freqüentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?
Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.
Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte d’Aquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe. Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.
Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. Simeão. (Bordéus, 1862.)
Hanzi agradece pela leitura e aduz:
“Pai perdoa as nossas ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Ensina-nos Jesus que devemos nos atentar para o sentido dessa palavra.
Cautela ao proferir a prece que o mestre nos deixou, entretanto, como disse ainda que compreendamos o perdão em sua sublime e verdadeira definição. Temos ensaiado esse comportamento não cristão, mas divino (para não negar a dádiva do perdão aos não cristãos).
O perdão deve ser entendido como não se magoar. Porque Deus não se magoa? Porque ele é perfeito.
Quais os atributos de um ser perfeito?
Como um sábio da antiguidade certamente falou “o homem é a medida de todas as coisas” eu digo que “Jesus é a medida de todos os homens”.
Todos os seus atos e ensinamentos nos demonstraram o ser divino, não para nos salvar dos pecados, pelo seu sofrimento, mas para nos libertar da ignorância.
Por isso o orgulho e egoísmo devem ser ausentes em nós.
O perdão não é um item das leis imutáveis porque haverá o dia em que os habitantes da Terra deixaram esse estágio tão aviltante e não ofenderão mais os seus semelhantes, e não havendo mais feridas e conflitos, descartada será a necessidade do perdão.
Porém em nosso estágio o perdão é o ato mais caridoso que podemos dispensar ao nosso próximo. Isso Jesus nos deixou evidente no Evangelho dizendo que antes de entregar a oferta no altar devemos nos reconciliar, não apenas com palavras, mas com o coração para que na prece possamos dizer: “Pai perdoa-me porque aprendi a perdoar”.
Porque aquele que perdoa não carece de solicitar perdão a Deus porque foi automaticamente perdoado. Aquele que perdoa tem a obrigação de pedir a Deus que aquele que foi perdoado siga o seu caminho sem ofender outros na estrada.
Laerte, governador de nossa colônia, define a vida na Terra em uma palavra que transformamos na sigla VIVER que significa Valor Insofismável da Verdade Espiritual de Renunciar.
Sugestão para um ponto de reflexão na Terra. Toda a moral da história, não está onde se encerra, ela está onde recomeça: que Deus nos coloca as dificuldades não para nos fazer sofrer, mas para que olhemo-las pensando naquele que julgamos uma pedra no sapato e façamos a seguinte pergunta – será que não somos nós a pedra no sapato dessa pessoa impedindo-lhe a caminhada? E peçamos-lhe o devido perdão. Então, passaremos a olhar toda a provação como um presente de Deus, porque ela é que sustenta a nossa pirâmide de reencarnações, pois sem esses tropeços não teríamos cautela e assim aprendemos com a dor, pois ainda não sabemos aprender com a dor de nosso semelhante, de modo que precisamos sentir na pele própria pele a dor para o aprendizado.
Aquilo que sofremos não é por punição e sim por amor de Deus que a permite para aprendizado e para nossa auto superação.
“Perdoar é abraçar aquele irmão que nos ofendeu, como Deus nos abraça.”
Após a bela explanação do benfeitor, Ricardo faz a última pergunta da reunião:
__ Amigo Hanzi, do texto do Evangelho Segundo o Espiritismo que acabamos de ler, qual o trecho que devemos nos atentar?
César responde:
Atentando-nos a um trecho que convida os espíritas, enfatizo os espíritas, a praticarem o verdadeiro perdão e que essas palavras de amor e indulgência não sejam expressões vazias em nossas bocas.
Perdoar da mesma forma que desejamos ser perdoados e amar da mesma forma que desejamos ser amados, pois Deus nos ama.
Caso contrário, nossa permanência em ciclos dolorosos haverão de se estender pela falta de coragem de nos assumirmos como seres divinos e não como personagens que vestem máscaras de vilões, homens do mal.
Somos bons e assim devemos ser. Enquanto apenas falamos, repetimos e parafraseamos Jesus, não estaremos crescendo e fazendo crescer nossos irmãos.
Quando colocarmos Jesus no centro, colocando suas palavras em ação, estaremos ajudando Deus, nosso pai, a construir moradas mais elevadas em todo o universo.
Deus espera colaboração honesta, verdade adorável e doçura com entrega e não amargura.
Jesus não está no trono esperando por nós e vendo nosso sofrimento. Ele visita todas as moradas da Terra e lideranças espirituais. Hoje ele grita dentro de nossas almas para que todos nos entreguemos aos conhecimentos do mundo espiritual.
“Ouça a voz de Jesus - se entregue ao trabalho que ele nos confia.”
Após as sábias instruções, os amigos encerraram a reunião com uma bela prece feita por Ricardo Felício em agradecimento a Deus pela dádiva da vida e seu aprendizado:
Pai de infinita bondade, somos gratos por tudo que fizestes por nós. Somos gratos pela benção da vida na Terra que é uma dádiva valiosa para nosso aprendizado.
Obrigado senhor pela indulgência com nossas falhas e pela divina lição do perdão. Senhor nos ensina a viver verdadeiramente os exemplos do Cristo, dentre eles o de fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem conosco.
Educa-nos para que aprendamos a lidar com nossos sentimentos de forma que nos momentos difíceis saibamos dar nosso bom testemunho perante nossos irmãos.
E por fim, te agradecemos pela bendita oportunidade de trabalho que nos faz úteis aos nossos semelhantes e pela esperança de que teremos dias melhores.
Obrigado senhor por sua lição de amor.
“Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso reino,
Seja feita a vossa vontade,
Assim na terra como nos céus,
O pão nosso de cada dia nos daí hoje,
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido
E não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal.
“Que assim seja.”
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