CAPÍTULO I
A VINDA DE JESUS

E ela deu à luz a seu filho primogênito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura,
porque não havia lugar para eles na hospedagem.
Havia naquela mesma região pastores que viviam nos campos,
e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.
Apareceu-lhes um anjo do Senhor, e a glória do Senhor os cercou de resplendor,
e foram tomados de grande temor.
O anjo lhes disse: Não temais. Eu vos trago novas de grande alegria, que o será para todo o povo.
Na cidade de Davi vos nasceu hoje o salvador, que é Cristo, o Senhor.
Isto vos servirá de sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. Lucas, 2:7-12.

O Evangelho é a boa-nova de Deus para a humanidade. Representa o esforço do Alto em implantar na Terra o reino de amor. Esse reino não é uma utopia. É uma realidade que por enquanto encontra sua plenificação no interior de cada um, no país da alma.

Para que um reino venha a existir, é necessário que haja uma lei diretora, que haja um governador.

O reino de Deus ou o reino dos Céus é seguramente entendido como o esforço empreendido ao longo dos séculos e milênios para transmitir aos habitantes da Terra a mensagem renovadora.

Desde as épocas remotas, que se perderam na noite profunda dos evos, o Alto tem enviado os seus mensageiros a fim de se fazer conhecida ao homem uma parcela da verdade - essa mesma verdade tão incompreendida através dos séculos, ainda mesmo por aqueles que se dizem seus apologistas.

O planeta Terra foi aos poucos sendo visitado pelos mensageiros das alturas. Vários povos foram presenteados com a vinda de emissários que a bondade divina envia de tempos em tempos para o esclarecimento das consciências em evolução no mundo.

Em todas as épocas, em todas as latitudes da Terra, as vozes dos Céus se fizeram ouvir. Mas por terem sido incompreendidas em todos os lugares onde se fizeram presentes, o Alto resolveu programar uma investida mais intensa. O nascimento do Cristo não foi obra do acaso. Deus não se deixou surpreender com as coisas do homem. Desde épocas imemoriais faz parte do conselho dos espíritos puros a vinda ao plano físico do governador espiritual do planeta Terra. Aos poucos, através do conhecimento que a humanidade recebia, foi sendo preparado o caminho para o maior de todos os profetas, o governador espiritual do orbe.

Os espíritos diretores do sistema solar foram influenciando gradativamente os destinos do mundo. A política, as artes, o comércio e as filosofias foram aos poucos recebendo o sopro renovador dos espíritos superiores. Roma foi conduzida ao palco político do mundo para unificar os povos. Sua influência, apesar de haver sido estabelecida através de suas armas de ferro, contribuiu para a unificação das nações.

Quando se aproximava a época do nascimento do Mestre, as guerras paulatinamente cessaram. A influência benfazeja do plano superior foi amortecendo as energias conflitantes dos governos terrestres. Em todas as áreas do conhecimento humano a influência benfazeia dos Imortais se fazia sentir. O povo judeu, que, ao longo dos anos, não encontrava paz para sua nação, encontrou certa tranqüilidade moral, política e emocional por ocasião do advento do Mestre divino.

A voz dos profetas já não se fazia ouvir há mais de 400 anos.

O tempo, que transcorria sob as bênçãos de Deus, proporcionava uma época para meditação, para reflexão dos povos e, principalmente, do povo judeu. Embora os abusos provenientes da condição evolutiva dos povos terrestres, uma aura de paz envolvia os povos da Terra.

A aproximação da vibração crística sobre a morada dos homens é que produzia as bênçãos com as quais o homem não estava acostumado.

Os emissários de todas as épocas, então desencarnados, se reuniram sobre os céus do planeta Terra a fim de ajudar na execução do grande plano cósmico.

Jesus, o ser angelical que organizou, que governa os destinos dos povos terrestres foi se aproximando vibracionalmente da morada dos homens. Sua aura magnética, que envolvia toda a extensão do sistema solar, foi aos poucos se reduzindo, se contraindo, sob a ação de sua vontade soberana. A redução das energias de sua aura fazia com que Ele, o espírito mais puro que foi dado aos homens conhecer, entrasse em contato com as vibrações e os fluidos impuros e pesados do planeta Terra.

Jesus foi assumindo, através dos séculos, a própria natureza humana, a fim de que, no tempo devido, pudesse assumir um corpo semelhante ao dos homens terrestres.

A sua ação nos fluidos da Terra tinha como objetivo fazer com que Ele, o divino diretor de nossas almas, pudesse adquirir algum ponto de contato com a matéria etérica ou astral que compunha o orbe terreno. Dessa matéria, de sua parte mais sutil, é que seria formado o corpo espiritual do Mestre, que, mais tarde, através de Maria, aglutinasse, em torno de seus centros de força radiantes, as células físicas das quais seria formado seu corpo físico.

Ao longo de séculos se deu esse descenso vibratório.

Anos e decênios transcorreram até que aquele espírito puro pudesse encontrar um ponto de contato com a vibração do mundo material. Imensas quantidades de energias foram manipuladas, até que os dirigentes do Alto conseguissem eleger o corpo ideal, por meio da seleção de genes e cromossomos. Através dessa seleção genética - que os Evangelhos relatam como sendo a genealogia de Jesus, realizada ao longo das 14 gerações que vão de Davi até José e Maria -, o corpo físico que o Mestre iria organizar para a habitação de seu espírito foi elaborado. Maria, José e os seus antecedentes na árvore genealógica foram escolhidos não somente pela eleição natural de seus espíritos, como também pela constituição física preservada através dos séculos.

Engenheiros siderais, cientistas do cosmos, espíritos sublimes que eram os responsáveis pela humanidade formavam a legião de almas iluminadas que foram vistas sobre o local do nascimento do Mestre na manjedoura, sob a forma de estrelas. Formavam a legião de Imortais que, após o trabalho de séculos, viram o grande plano divino ser finalmente realizado sob a paternal proteção de Deus.

Estevão