CAPÍTULO IX
B - MARIA CONSCIENTE

As vidas de todos os homens estavam vazias de elementos superiores. O homem terrestre encontrava-se com fome de Deus e sede de sua misericórdia. Em todas as nações da Terra, o clamor das multidões, o desespero dos povos. A idéia de Deus e de seu poder carecia de maiores elaborações, da força moral do exemplo.

Dentro dessa necessidade é que foi preparado também o caminho para a encarnação do Verbo divino. Jesus, o divino avatar de todas as eras, assumiu a forma espiritual dos filhos dos homens até que, no tempo adequado, conforme fora previsto no grande plano cósmico, assumiu definitivamente a natureza humana, através da maternidade abençoada de Maria de Nazaré.

Espíritos superiores, que vinham de esferas luminosas da vida imortal, baixaram a sua vibração para serem percebidos pelos mortais. Anunciavam a vinda do Salvador, daquele que executaria os planos de Deus para o homem terrestre.

Maria de Nazaré, espírito virginal, já experimentado em várias e várias encarnações, aceitou o mandato sublime de ser a mãe do Senhor do mundo. Espírito milenar, que desenvolveu o sentimento e a ternura em grau superlativo, assumiu a condição de mãe do Senhor a fim de preparar-lhe os passos em sua missão de amor. Não foi escolhida qualquer mulher ou, qualquer espírito para recepcionar o Salvador. Maria de Nazaré, assim como José, foram os eleitos do Senhor devido às experiências vivenciadas ao longo dos séculos, em outros mundos.

Advindos de outras constelações, seus espíritos experientes entraram em contato com as esferas da humanidade guardando consciência de sua tarefa.

Maria, desenvolvendo o sentimento e a meiguice, aliados à consciência íntima de sua tarefa, desempenhou sua missão conforme o pensamento sublime dos espíritos superiores. Os primeiros passos do Mestre nos caminhos do mundo foram secundados pelos esforços da doce menina de Nazaré. Seu amor e sua dedicação aos princípios superiores a prepararam para a tarefa importante de ser a doce mãe de Jesus. Quando decide esposar José, Maria já estava consciente de sua missão sublime. Sua sensibilidade natural colocou-a constantemente em contato com as esferas invisíveis. Espíritos superiores a orientavam desde a infância, tendo em vista sua missão de amor. Entrava em contato com espíritos sublimes com a naturalidade com que falava ao povo simples de sua terra. A mediunidade era-lhe um dom natural.

A noite, quando dormia, seu espírito redimido libertava-se dos limites vibratórios do corpo físico e elevava-se às alturas das dimensões espirituais. Inebriava-se nas luzes da luz do Cristo. Era orientada, naqueles momentos, quanto à natureza de sua tarefa.

Gabriel, nome pelo qual ficou conhecido o elevado mentor espiritual de Maria de Nazaré, procurava envolvê-la de modo constante em suas vibrações dulcíssimas.

Como mãe do redentor do mundo, Maria desempenhou sua missão com dignidade extrema, sendo reconhecida pelos séculos afora como a bem-aventurada mãe do Senhor.

Agora, no plano imortal, o seu espírito sublime auxilia o Mestre na obra de conscientização das almas. Nenhuma decisão em relação aos destinos da Terra é tomada sem o maternal parecer de Maria. De seu coração luminoso, partem os raios da misericórdia que ilumina a noite triste de espíritos sofredores do planeta. Juntamente com Jesus, sua alma alcandorada administra as manifestações de misericórdia para os corações dos homens.

Estevão